Com uma proposta ousada e bastante disruptiva, o brutalismo foi um movimento que se desenvolveu e ganhou notoriedade entre as décadas de 1950 e 1960. O estilo ganhou muitas denominações e até hoje é difícil definir com precisão quais são seus enquadramentos. Algumas características, no entanto, podem ser evidenciadas como o uso de materiais construtivos em seu estado bruto, linhas simples, volumes puros, lajes em concreto e vigas em aço, tudo muito aparente.
Diferente dos movimentos anteriores, a corrente surgiu como uma resposta rápida aos danos causados pela 2ª Guerra Mundial. A Europa precisava se reerguer e os prédios residenciais populares e edifícios governamentais passaram a ser feitos de concreto e sem acabamento. A ideia era não mais mascarar arquiteturas com o uso de adornos, mas sim mostrar suas verdades, mesmo que estas estivessem em seu estado “bruto”. Desta forma, o objetivo passava a visar essencialmente a funcionalidade em detrimento da estética.
As obras dão continuidade ao conceito francês de béton brut (concreto bruto), utilizado entre os anos de 1945 e 1949 por Le Corbusier ao projetar a Unité d´Habitation, de Marselha, ainda que na época seu uso tenha acontecido de forma isolada e não como parte integrante de um movimento.
A proposta ganhou notoriedade e se expandiu para outros campos como as artes e a moda também. Exemplos de arquitetura brutalista passaram a surgir com as mais variadas interpretações por todo o mundo, sendo destaque em países como Brasil, Índia, Canadá, Israel, Sérvia e Polônia.
Repaginação
Mais de meio século depois, o estilo volta a ser destaque em inúmeros projetos ao redor do globo. Com a ascensão de estilos como o industrial, o hygge e o minimalismo nos últimos anos, era questão de tempo, até que o brutalismo voltasse aos holofotes. Propostas mais cruas e o uso de materiais atemporais já podem ser encontradas em mostras e feiras de decoração e arquitetura por todo o mundo.
O uso de elementos como placas cimentícias, tijolo, aço e vidro, de forma a evidenciar a simplicidade e a praticidade dos espaços, mas sem deixar de lado itens que reforcem a identidade dos moradores, traz o brutalismo para os ambientes de uma forma mais harmônica e sutil. Sendo assim, é possível incorporar as melhores características do movimento, mas sem deixar de lado questões como afetividade e bem-estar – tão buscadas nos dias de hoje.